segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A primeira história em quadrinho - Parte 1


Segundo o jornal Scotland on Sunday, a primeira história em quadrinhos do mundo pode ser escocesa. A afirmação é de John McShane, proprietário da comic shop AKA Books & Comics.


John McShane defende que uma página de Our House In Town, escrita e desenhada por William Heath e publicada no jornal The Glasgow Looking Glass, em 1825, é a primeira HQ publicada no Ocidente. Heath, que também usava o pseudônimo Paul Pry, nasceu por volta de 1795 (a data exata não é conhecida) e faleceu em 1840.

The Glasgow Looking Glass era uma publicação quinzenal que surgiu em 11 de junho de 1825 (16 anos antes da famosa revista inglesa Punch), fundado por John Watson. O jornal mudou de nome após a quinta edição, passando a se chamar The Northern Looking Glass, e foi publicado até junho de 1826.

Já no segundo número, o jornal passou a usar o termo "continua na próxima edição". Heath foi o primeiro a usar a frase numa HQ, em Life Of A Soldier, publicada na décima edição do periódico. Alguns cartuns e tiras também já usavam um balão de fala primitivo (The Northern Looking Glass, volume 1 - #13), que estavam se tornando bastante comuns entre os caricaturistas ingleses.

A história My House In Town, publicada em The Northern Looking Glass, volume 1 - #20, tinha 20 quadros.

A descoberta não é nova. O assunto já vem sendo debatido há alguns anos e a defesa do trabalho como sendo "a primeira HQ" tinha o apoio do historiador Denis Gifford, que faleceu em 18 de maio de 2000. Esta é a primeira vez que o tema ganha grande destaque e cobertura por parte da imprensa.
O assunto será debatido no documentário Scotland's Amazing Comic Book Heroes, produzido pela BBC Scotland, que será exibido no segundo semestre deste ano. Também participarão do programa Mark Millar, Grant Morrison e Frank Quitely.

Entretanto, apesar do uso de diversos quadrinhos, a maioria das "HQs" do The Glasgow Looking Glass se limitava a mostrar eventos isolados, sem usar da sequencialidade entre os quadros. Os artistas do jornal, na época, ainda não haviam percebido a possibilidade de que quadros seguidos poderiam representar um mesmo espaço, mas em momentos diferentes no tempo.
Como estas páginas, existem muitas outras, em países diferentes, datadas dos séculos 15 ao século 18, mas que por motivos diversos não se enquadram exatamente nas definições mais aceitas do que é uma história em quadrinhos.

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