terça-feira, 17 de julho de 2012

Aniversário do pai da Mafalda


O cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado Tejón, conhecido no mundo todo como Quino, o "pai" da Mafalda, completará nesta terça-feira (17) 80 anos.


Rodeado de parentes e amigos, Quino irá comemorar em Mendoza, sua cidade natal, o aniversário especial, de uma idade que "é uma temeridade", disse, parafraseando Jorge Luis Borges.



Nascido em uma família de emigrantes espanhóis em 17 de julho de 1932, Quino estudou Belas Artes, mas logo se encantou pelo universo das histórias em quadrinhos. O argentino começou a desenhar a tirinha "Mafalda" em 15 de março de 1962, sem imaginar que a menina irônica, questionadora e pacifista se transformaria em um ícone das HQs, e que suas aventuras seriam traduzidas a 30 idiomas.

Cansado da pequena Mafalda, Quino deixou de publicar a tirinha em 1973, mas recuperou o personagem para ilustrar campanhas a favor dos direitos da infância. A garotinha completa 50 anos nesta quinta-feira (19).

“Uma heroína irascível que rejeita o mundo como é, reivindicando seu direito de continuar sendo uma menina que não quer se responsabilizar por um universo adulterado pelos pais”. A definição do escritor e filósofo Umberto Eco para Mafalda, personagem criada há 50 anos pelo cartunista.



A personagem tem seis anos, detesta sopa, adora Os Beatles e possui uma visão de mundo bem peculiar. Sempre atenta aos detalhes, observa como os adultos não cumprem aquilo que ordenam às crianças. A fórmula da tirinha é simples: ela levanta uma questão, seus pais a respondem e ela termina com o seu comentário. Quando a fórmula esgotou, o autor incluiu Susanita, mantendo este esquema até o final dos quadrinhos.

Quino concebeu Mafalda como peça de uma campanha publicitária para máquinas de lavar roupa, que nunca foi lançada. Cerca de dois anos depois, decidiu tirá-la da gaveta e dar-lhe vida. Em setembro de 1964, a menina estreou na revista semanal “Primera Plana”.
Com Mafalda, Quino conseguiu o que sempre sonhara: criticar o contexto político e econômico da Argentina, de forma brilhante. Criou metáforas para falar sobre assuntos que, de outra forma, poderiam ser censurados pelo sistema político repressor da época. Muitas vezes a crítica social e dos costumes fazia as pessoas se reconhecerem e rirem de suas próprias mazelas.


Dez livros foram editados sobre Mafalda. Um deles é 10 Anos com Mafalda, de 2010, inclui as 48 tiras publicadas na revista Primera Plana. Estão lá seus problemas com a sopa, as futilidades de Susanita, os questionamentos do mundo e outras características que fizeram da personagem o ícone que é.

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