Este mês sai nos EUA Hellblazer #275, a edição em que John Constantine casa-se com a noiva Epiphany. E, sendo John Constantine, não há como o casamento ser normal.
O escritor da série, Peter Milligan, conversou com o site Comic Book Resources sobre a edição e sobre a ideia maluca de casar Constantine.
Milligan explica que criou a personagem Epiphany apenas como coadjuvante, e que a ideia de vê-lo casado surgiu da editora Shelly Bond. “Eu não tinha muita certeza. Perguntei por que eles não podiam só morar juntos. Sim, a nossos modos, Shelly e eu primeiro nos conformamos a nossos velhos estereótipos sexuais.
Mas comecei a pensar sobre John, e como ele, a seu modo, tem alguma coisa de viver à moda antiga. Trabalhando com o que trabalha, ele com certeza tem noção do poder dos rituais. E não há nada mais ritualístico do que uma boa e velha cerimônia de matrimônio”, explica o roteirista.
Quanto à cerimônia em si, o autor diz que tem experiências pessoais para usar como referência: “Eu tenho histórias de família. Eu não estava lá, mas um membro da minha família tornou-se famoso por ‘pegar’ a noiva durante o casamento. O noivo os encontrou em flagrante delicto. Corta para recriminação e visitas ao hospital. Baseado neste folclore familiar criei um casamento deveras indescritível. Mas não sem doçura ou romance, pois nem todos os convidados inesperados são maus.”
Quanto às experiências negativas de outros personagens dos quadrinhos com o casamento – como o Homem-Aranha -, Milligan diz que há várias possibilidades para trabalhar com um Constantine casado. “Creio que o casamento pode atrapalhar um personagem se o casamento significar uma sopa sem graça. Estamos tão programados a ver o casamento como uma espécie de fim em si mesmo – é onde a maioria dos filmes e histórias de amor terminam – que ficamos cegos às possibilidades dramáticas. Não quero defender a instituição do casamento na ficção. Só estou dizendo que, em se falando de Constantine e Epiphany – um mago urbano e uma estranha e complexa filha de um gângster londrino – o casamento pode ser uma jornada dramática, intrigante e inflamada.”
Outra comparação que o autor faz com outros casamentos dos quadrinhos tem a ver com o fato do selo Vertigo, onde Hellblazer é publicada, ser destinada somente a leitores adultos.
“Sabe lá Deus como seria compará-los com Superman, Lois e os outros, mas pelo menos John e Epiphany fazem sexo. Muito sexo. Nunca me convenci de que qualquer dos outros fazem.”
Hellblazer #275, com o dobro de páginas, sai na semana que vem nos EUA.
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